Em postagem no Twitter, a Associação de Futebol do País de Gales anunciou que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) atendeu o pedido da seleção galesa e liberou a torcida a usar itens com as cores da bandeira da comunidade LGBTQIA+ no jogo contra o Irã, na Copa do Mundo do Catar, que foi realizado na manhã desta sexta-feira (25) e terminou com vitória do Irã, por 2 a 0.
Segundo a publicação do órgão que coordena o futebol do País de Gales, a Fifa deu o aval positivo para que os torcedores utilizassem bandeiras com arco-íris e o chapéu, que foi nomeado como “Rainbow Wall”, que representa a comunidade LGBTQIA+.
A FAW pediu que a FIFA cumpra a mensagem de que todos são bem-vindos ao Catar durante a Copa do Mundo. “Continuamos com a crença de que o futebol é para todos”, finalizou.
Campanha One Love
Na última segunda-feira (21), as seleções da Inglaterra, País de Gales, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, Suíça e Holanda emitiram um comunicado informando que os capitães dos respectivos times poderiam ser punidos caso utilizassem a braçadeira escrita One Love.
A iniciativa foi proposta com o objetivo de promover a inclusão na modalidade em apoio à comunidade LGBTQIA+. “Não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos”, informaram as seleções em nota. No complemento, disseram que estão “muito frustrados com a decisão da FIFA”.
Protestos
A partida desta sexta-feira (25) entre País de Gales e Irã, válida pela segunda rodada do Grupo B da Copa do Mundo de 2022, foi marcada por protestos na torcida iraniana e ação dos policiais contra as manifestações.
Nas arquibancadas do Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, integrantes da torcida levantaram cartazes em defesa da liberdade feminina no país asiático. Além disso, exibiram camisetas com o nome de Mahsa Amini, uma jovem iraniana de 21 anos que foi morta em setembro após ser detida pela Polícia da Moralidade em Teerã, acusada de infringir leis locais por deixar visível parte do cabelo.
As autoridades iranianas alegaram que Mahsa morreu em decorrência de uma doença. O caso gerou muitos protestos – não apenas no Irã, mas também em outros países. Desde então, os cartazes com a expressão “mulheres, vida, liberdade” são exibidos em diversas manifestações, com a desta sexta-feira.
O policiamento no estádio não permitiu a manifestação, e recolheu cartazes e camisetas. Também determinaram a retirada de uma cruz preta adesiva que estava sobre o emblema do Irã ao centro da bandeira do país – o símbolo foi adotado em 1980, a partir da Revolução Islâmica de 1979.