Manifestantes extremistas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com o resultado das eleições presidenciais de 2022 que sagraram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente da República, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (8), após entraram em choque com a polícia. Bombas de gás e tiros de balas de borracha foram usados para tentar conter a multidão.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, sugeriu que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (Republicanos), facilitou a ação dos vândalos. “Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, escreveu Gleisi.
Quando o vandalismo começou, por volta das 14h, uma viatura da Polícia Legislativa caiu dentro do lago do Congresso. Agentes da Força Nacional não conseguiram impedir que os extremistas invadissem as dependências internas do parlamento. Janelas e portas foram quebradas e os vândalos ocuparam o salão verde da Câmara dos Deputados.
Na sexta-feira (7), o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou o reforço na segurança do Distrito Federal justamente por causa da previsão de atos contra a democracia.
Por volta das 15h deste domingo, as forças de segurança passaram a recuar e permitir a invasão. Agentes da Força Nacional passaram a negociar com os manifestantes, por volta das 15h10.
Nesse momento, parte dos manifestantes seguiu em direção ao Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal alvo dos protestos, está em Araraquara (SP), para visita relacionada aos danos causados pela chuva da semana passada.
Às 15h20, a assessoria de Lula cancelou a entrevista coletiva com o presidente marcada para esse horário em Araraquara.
Mais cedo, o repórter Túlio Amâncio, da TV Band, teve o celular jogado no chão por manifestantes e foi impedido de fazer seu trabalho de registro das informações no local do protesto.
Às 15h30, começaram a ser publicadas as primeiras imagens de extremistas dentro do Salão Verde, após vidros terem sido quebrados para dar acessos dos manifestantes ao interior do Congresso Nacional.
O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a invasão é inaceitável e que repudia atos antidemocráticos. "Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", escreveu.