Em sua mensagem de Natal no sábado, 25/12, o Papa Francisco defendeu o diálogo e lamentou a crescente polarização nas relações pessoais e internacionais, que vão desde disputas familiares até ameaças de guerra.
Em sua mensagem Urbi et Orbi (para a cidade e para o mundo), ele conclamou as pessoas e os líderes mundiais a conversarem entre si em vez de se isolarem, uma brecha que ele diz ter sido exacerbada pela pandemia de covid-19.
“A nossa capacidade de relacionamento social é posta à prova, é reforçada a tendência de fechar, de se defender, de desistir de sair, de nos encontrar, de colaborar”, disse ele da varanda central da Basílica de São Pedro, em um Natal chuvoso, em Roma.
Também a nível internacional corre-se o risco de evitar o diálogo. “Mas são esses, na realidade, os únicos que levam à resolução de conflitos e a benefícios compartilhados e duradouros”, afirmou ele.
Francisco, que completou 85 anos na semana passada, listou conflitos, tensões ou crises na Síria, Iêmen, Israel, Territórios Palestinos, Afeganistão, Mianmar, Ucrânia, Sudão, Sudão do Sul e outros lugares.
“Estamos tão habituados que tragédias imensas já são esquecidas; corremos o risco de não ouvir os gritos de dor e desespero de muitos de nossos irmãos e irmãs”, disse o papa, falando para uma multidão pequena devido às restrições da pandemia e ao clima.
“Neste dia de festa, rogamos-lhe que desperte nos nossos corações os anseios de reconciliação e de fraternidade”, afirmou.
No dia 24/12, o Papa que vive o nono Natal dentro do Pontificado, disse que as pessoas indiferentes aos pobres ofendem a Deus e pediu a todos que “olhem além das luzes e das decorações” e se lembrem dos mais necessitados, durante missa solene de vigília na Basílica de São Pedro para cerca de 2 mil pessoas, com participação restrita pela covid-19.
“É neles (os pobres) que ele quer ser homenageado”, disse Francisco, que faz da defesa dos pobres o ponto central do seu pontificado.
Ele citou um verso de um poema de Emily Dickinson: “quem não encontrou o céu –aqui embaixo– falhará nele lá em cima”. O papa acrescentou em suas próprias palavras: “Não percamos de vista o céu; cuidemos de Jesus agora, acariciando-o nos necessitados, porque é neles que ele se fará presente”.