Manaus – A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) iniciou, nesta segunda-feira (10), na Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Agnaldo Gomes da Costa, no bairro São José, zona Leste, a Campanha de Mobilização e Luta contra a Tuberculose 2025. A campanha, que seguirá nas unidades de saúde da rede municipal até dia 31 de março, será executada abordando o tema “Prevenir, Diagnosticar e Tratar: Rumo à Eliminação da Tuberculose em Manaus!”.
Em 2025, Manaus já registrou 408 casos de tuberculose. No ano passado, o número chegou a 3.122 casos novos, representando um aumento em relação ao ano de 2023, quando houve 2.845 casos.
Entre os casos registrados no ano passado, em 23% dos casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial houve abandono do tratamento.
Conforme a chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, o abandono não só contribui para manter a cadeia de transmissão, mas também para o desenvolvimento da tuberculose resistente.
“Quando o paciente interrompe o tratamento, há uma grande probabilidade de que passe a ter resistência ao esquema padrão de medicamentos, o que vai dificultar a cura e exigir esquemas alternativos. E o número de casos de tuberculose resistente tem aumentado, inclusive em casos novos, ou seja, quando transmite a doença, já é na forma resistente”, explica Eunice Jácome.
Infecção Latente
Uma das estratégias utilizadas pela Semsa para o controle da tuberculose em Manaus é o foco na investigação de contatos, que são as pessoas que convivem de forma próxima e prolongada com pacientes diagnosticados com a tuberculose ativa.
Com a investigação, é possível identificar casos novos, iniciando o tratamento de forma precoce, e também casos de Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), que ocorre quando uma pessoa foi infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, mas ainda não desenvolveu a doença ativa, o que permite iniciar o tratamento preventivo e evitar novos casos.
Tuberculose
Doença infecciosa e transmissível, a tuberculose é causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das unidades de saúde da rede municipal para a realização de exames.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
O tratamento é oferecido de forma gratuita nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e dura no mínimo seis meses.