A Vara Única da Comarca de Lábrea (distante 703 quilômetros de Manaus) condenou o réu Plínio Gomes Fernandes a 25 anos de reclusão, 6 meses de detenção e 20 dias de multa pelo assassinato da companheira, a professora Keilyanne Silva Ribeiro, ocorrido em 2017.
A sessão de julgamento, presidida pela juíza Andressa Piazzi Brandemarti, foi realizada de forma híbrida. Todas as testemunhas e o réu compareceram ao fórum de Humaitá e foram ouvidos por videoconferência, através da plataforma do Google Meet. No plenário, em Lábrea, participaram a juíza, a promotoria, a defesa do réu e os jurados.
Feminicídio
O crime ocorreu no dia 15 de outubro de 2017, em Humaitá, cidade natal da vítima, que era formada em Matemática pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Keilyanne foi morta a facadas aos 28 anos de idade na presença dos filhos. Logo depois, Plínio e o pai dele, Antenor, retornaram ao local e tentaram alterar a cena do crime e desapareceram com a arma usada para matar a professora.
O caso gerou grande repercussão na cidade. Em 2019, alegando que a comoção na sociedade local colocaria em risco a imparcialidade dos jurados, a defesa do réu ingressou com um pedido de transferência de foro da sessão do júri, por isso o julgamento ocorreu em Lábrea.
O Conselho de Sentença concluiu que o acusado praticou o crime de homicídio, com duas qualificadoras (em razão da condição do sexo feminino da vítima/feminicídio e por motivo fútil). A pena foi acrescida, ainda, com base no parágrafo 7.º, inciso III, do Código Penal (crime de feminicídio cometido na presença de descendente da vítima, um filho menor de idade). O réu também foi condenado por praticar o crime de fraude processual (artigo 347, parágrafo único, do Código Penal).