Os irmãos indígenas Glauco e Gleiçon Carvalho Ferreira, de 7 e 9 anos, respectivamente, retornaram ao município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus), na manhã desta terça-feira, 12/4, após 21 dias internados em um hospital de Manaus. A recepção foi marcada por uma grande festa e carreata na chegada à sede do município.
Do aeroporto, as crianças embarcaram em uma lancha rápida até a comunidade indígena Palmeira, na região do rio Capanã.
Com ansiedade, felicidade e emoção estampada no rosto pelo retorno à comunidade de origem, os pais das crianças, Rosinete Carvalho e Claudionor Ferreira, agradeceram o apoio que receberam durante a permanência em Manaus para o tratamento dos filhos.
O sanfoneiro Miguel Galdino, de 68 anos, que auxiliou nas buscas pelas crianças durante o tempo em que elas ficaram desaparecidas, aguardava a chegada das crianças com ansiedade.
“Aqui em Manicoré, na comunidade deles, as pessoas estão à espera. A alegria de todos os pais de família, mães de família, porque todos têm filhos. A alegria da família deles e do povo de Manicoré, eles voltando com saúde, alegres. Estamos querendo ver eles e cuidar daqui para frente”, afirmou o músico.
Glauco e Gleiçon ficaram 21 dias internados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste (HPSC-ZO). Eles receberam alta hospitalar na última quarta-feira (06/04). As crianças deram entrada na unidade de saúde, com quadro grave de desnutrição, desidratação e com escoriações na pele, após ficarem 27 dias perdidos na floresta.
Homenagem
Após receberem alta, os irmãos foram levados para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), vinculada ao Ministério da Saúde, e na segunda-feira, 11/04) receberam homenagem do Comando Militar da Amazônia (CMA), no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), como demonstração da admiração e o respeito às crianças sobreviventes. Durante a formatura militar, Glauco e Gleiçon receberam distintivo do Estágio de Adaptação à Selva.