Manaus (AM) – O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) condenou, nesta segunda-feira (22), Sophia Livas, de 32 anos, por exercício ilegal da medicina em Manaus. A educadora física usava registros furtados para atender crianças cardiopatas.
A decisão, proferida pela 5.ª Vara Criminal da Comarca de Manaus, reconheceu que a ré praticou os crimes de exercício ilegal da profissão, estelionato, comunicação falsa de crime e exposição de terceiros a perigo de vida ou saúde. Sophia estava presa desde maio de 2025, após a deflagração da Operação Azoth.
As investigações da Polícia Civil apontaram que a condenada se infiltrou no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), onde furtou o carimbo de uma médica residente que possuía o mesmo primeiro nome que o dela. Com o registro profissional (CRM) alheio, ela realizava consultas independentes e receitava medicamentos controlados, inclusive para crianças com cardiopatias graves e Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para sustentar a farsa e ganhar credibilidade, Sophia alegava ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida, informação que foi oficialmente desmentida pela prefeitura. Ela mantinha uma presença ativa nas redes sociais e um podcast, onde simulava prestígio acadêmico e participações em projetos científicos de genética.

A fraude estendia-se ao seu currículo Lattes, no qual declarava falsas especializações pela Fiocruz, cursos na USP e formações em Portugal. Na realidade, sua única formação acadêmica comprovada é o bacharelado em Educação Física e um mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Com a progressão para o regime semiaberto, a Justiça impôs medidas cautelares rigorosas, como o uso de tornozeleira eletrônica. Sophia está proibida de manter contato com as vítimas e seus familiares, devendo manter uma distância mínima de 500 metros, e não pode deixar a comarca de Manaus sem autorização judicial. O descumprimento de qualquer regra poderá resultar no retorno imediato ao regime fechado.







