A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os sindicatos dos policiais rodoviários federais de todo o Brasil afirmaram em nota na tarde desta terça-feira (1º) que o "silêncio" do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a derrota nas eleições presidenciais de 2022 dificulta "a pacificação do país e contribui para estimular os bloqueios feitos por caminhoneiros em estradas do país".
Os agentes associados à federação defendem o respeito ao resultado das eleições, que deu a vitória ao petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dizem que estão cobrando "postura firme" da direção da PRF para o desbloqueio das estradas.
"O resultado das eleições de 2022 expressa a vontade da maioria da população e deve ser respeitado. A postura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, em manter o silêncio e não reconhecer o resultado das urnas acaba dificultando a pacificação do país, estimulando uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras", diz a nota da federação.
"O sistema sindical dos PRFs segue cobrando uma postura firme da direção do DPRF, para prover os meios necessários para que a corporação cumpra suas funções constitucionais, garantindo assim o direito de ir e vir da população e resguardando a segurança e integridade dos policiais", afirmam as entidades no documento.
Bloqueios
Segundo balanço mais recente da PRF, grupos bolsonaristas bloqueiam 227 trechos de rodovias federais em 21 estados e Distrito Federal, segundo a PRF, para contestar o resultado das eleições que sagrou Lula presidente.
A Corregedoria da PRF em São Paulo já instaurou investigação para apurar eventuais irregularidades por parte de agentes.
Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado, ainda não se pronunciou sobre a derrota, os bloqueios ou qualquer outro assunto.
No início da manhã desta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o uso de força das Polícias Militares e demais forças de segurança estaduais contra manifestantes bolsonaristas que bloqueiam rodovias em todo o Brasil.
O diretor-geral da PRF Silvinei Vasques informou ao STF, na madrugada desta terça-feira (1º), ações adotadas para desbloquear interdições realizadas em todo País por bolsonaristas que reagem à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Em ofício paralelo, Vasques solicita R$ 970 mil ao Ministério da Justiça para custeio de passagens e diárias de policiais, a suspensão de atividades administrativas não essenciais da corporação, assim como de folgas de agentes para compensação de horas.
Nota na íntegra da federação de agentes da PRF
"A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os Sindicatos dos Policiais Rodoviários Federais de todo o Brasil reafirmam o compromisso com o Estado Democrático de Direito. O resultado das eleições de 2022 expressa a vontade da maioria da população e deve ser respeitado.
A postura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, em manter o silêncio e não reconhecer o resultado das urnas acaba dificultando a pacificação do país, estimulando uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras.
Apesar disso, os PRFs seguem trabalhando diuturnamente para o restabelecimento do direito de ir e vir da população. Importa frisar que compete exclusivamente à gestão do Departamento de Polícia Rodoviária Federal providenciar e disponibilizar os meios e a organização do efetivo necessários para dar cumprimento à desobstrução das rodovias federais.
Nesse sentido, o sistema sindical dos PRFs segue cobrando uma postura firme da direção do DPRF, para prover os meios necessários para que a corporação cumpra suas funções constitucionais, garantindo assim o direito de ir e vir da população e resguardando a segurança e integridade dos policiais.
A Polícia Rodoviária Federal é um patrimônio da sociedade e seguirá firme na defesa da democracia, do respeito às leis e às decisões judiciais.
Brasília, 1º de novembro de 2022."